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Aula prática sobre Recuperação de Áreas Degradadas (RAD)

Campus Eirunepé vem estudando técnicas alternativas de recuperação de áreas degradadas que utilizem recursos disponíveis na região
por comissão publicado: 31/10/2017 17h45 última modificação: 31/10/2017 17h46

No dia 15 de setembro de 2017 foi realizada uma aula prática com a turma do terceiro módulo do curso Técnico de nível médio em Florestas na forma subsequente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM campus Eirunepé. A aula prática fez parte da disciplina de Recuperação de Áreas Degradadas (RAD), ministrada pelo Engenheiro Florestal Prof. Marcos Simão.

Como mencionado em publicação anterior acerca da disciplina, o Brasil possui aproximadamente 140 milhões de hectares de áreas em algum estágio de degradação, uma área equivalente ao dobro do território da França. Esse é um panorama preocupante, já que a degradação gera grandes prejuízos econômicos e ambientais, como perda de área produtivas, assoreamento de igarapés, rios e lagos, diminuição da qualidade da água e perda de biodiversidade.

Nesse contexto, o IFAM campus Eirunepé vem estudando técnicas alternativas de recuperação de áreas degradadas que utilizem recursos disponíveis na região e que onerem menos o agricultor que necessita recuperar áreas em sua propriedade. Uma técnica já bastante utilizada na região sudeste do Brasil é a Transposição da Serapilheira da floresta nativa. A serapilheira, constituída por folhas e pequenos galhos somados à camada superficial orgânica do solo, é rica em microorganismos benéficos às plantas, sementes de árvores nativas, matéria orgânica e nutrientes. Quando ocorre a abertura de uma clareira na floresta, pela queda de uma grande árvore por exemplo, as sementes da serapilheira, chamadas de “banco de sementes”, encontram condições adequadas para germinar, como a maior incidência de radiação solar.

Quando a serapilheira é coletada na floresta e levada a áreas degradadas abertas, suas sementes, por serem expostas a maior incidência solar, são estimuladas a germinar. Assim, a germinação das sementes do banco de sementes da serapilheira pode dar início ao processo de sucessão secundária, auxiliando na recuperação de uma área degradada.

Em áreas circundadas por vastas porções de florestas nativas, como é o caso do município de Eirunepé, no estado do Amazonas, essa técnica alternativa de restauração florestal se mostra promissora, haja vista a grande disponibilidade de serapilheira nas florestas do entorno da cidade e também o já consolidado costume popular de se coletar a serapilheira, localmente chamada de paú-de-folha, para preencher canteiros de hortaliças.

Dessa maneira, o objetivo da aula prática foi testar essa técnica de restauração em um lote vago na cidade de Eirunepé. Para isso, foi coletada serapilheira de uma floresta de terra firme madura e de uma área de capoeira (floresta jovem ainda em recuperação). Foram testadas a transposição de serapilheira com e sem a adição de calcário (na proporção de 30 g/m²).

Dessa forma os alunos do curso técnico em Florestas puderam colocar em prática (imagem 01) mais uma técnica de restauração florestal aprendida nas aulas teóricas da disciplina de Recuperação de Áreas Degradadas.