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Semana da Ciência

“Os caminhos da ciência para a redução das desigualdades” de 6 a 10 de julho de 2020 às 14 horas (hora Manaus) no youtube.
publicado: 10/07/2020 11h30 última modificação: 10/07/2020 11h30

Semana da Ciência

“Os caminhos da ciência para a redução das desigualdades”

6 a 10 de julho de 2020

 

Em homenagem ao Dia da Ciência e ao Dia do Cientista e considerando os desafios que o contexto atual de pandemia nos coloca, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência regional do Amazonas realiza a Semana da Ciência, no período de 6 a 10 de julho de 2020, focando a questão das desigualdades. Os desafios mundiais e, especialmente, os desafios brasileiros durante a crise da COVID-19 mostram que políticas de diversidade e inclusão como contraparte às desigualdades são tão urgentes quanto o enfrentamento da crise da COVID-19 em si (Mckinsey & Company, 2020). Questões raciais e de violência contra negr@s e mulheres emergiram com ainda mais força mesmo quando o tema mais urgente era a COVID-19. Mulheres sofrem ainda com a conhecida dupla jornada que se transformou em prejuízos laborais para a saúde física e mental de pesquisadoras e trabalhadoras em geral (Doepke, et Alli, 2020). Da mesma forma, os sucessivos desastres sanitários enfrentados por indígenas agora se traduzem em taxas de mortalidade pelo novo coronavírus muito maior entre essas populações do que na média da população (Fellows et Alli, 2020). A diferenciação centro-periferia, que pode ser analisada em várias escalas e eixos mostra diferenças gritantes entre regiões, municípios, estados e países. No Amazonas, especialmente, a ausência de leitos de UTI e de uma rede de assistência eficiente no interior é a face mais alarmante dessas disparidades. Não obstante, há ainda as disparidades entre produção de conhecimento no interior e na capital, cuja face principal talvez se demonstre pela precarização dos meios de comunicação na maior parte dos municípios do interior do estado do Amazonas, o que, inclusive, impossibilita até atividades de ensino remoto propostas para a retomada das atividades nas Instituições de Ensino Superior do estado. Dedicamos uma mesa às questões ambientais na Amazônia, devido ao cenário alarmante de queimadas e desmatamento em que o Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (INPE) vem registrando recordes em ambos os casos. A questão conecta-se com as desigualdades, no momento em que o Conselho do Amazonas é homologado sem a participação dos estados da Amazônia e sem a participação da sociedade civil. Por outro lado, observa-se também desigualdades quanto aos processos de apropriação das terras, que marginaliza povos tradicionais e populações pobres em um processo violento bastante documentado historicamente. Com essas questões em mente e certos de que as ciências, notadamente as áreas sociais e humanas, podem contribuir para a redução das desigualdades, realizamos a “Semana das Ciências”.

E hoje 10/07/2020 – 14:00 (Horário de Manaus) – Desigualdades e Produção do Conhecimento: Relações Centro-Periferia no Amazonas As vulnerabilidades socioeconômicas nas cidades amazônicas revelam, para além da incapacidade administrativa do Estado fazer-se presente, inúmeros desafios às instituições de pesquisa e de ensino superior. O estado do Amazonas possui um índice de desenvolvimento humano considerado médio (0,674), contudo quando comparadas a situação entre a capital, Manaus, e os demais municípios (centro-periferia) revelam-se exponenciais assimetrias em termos microrregionais. Estes dados evidenciam, por exemplo, a desigual distribuição de renda do Estado (índice de GINI de 0,65), com uma população de 3,5 milhões de pessoas, onde cerca de 653 mil encontram-se em níveis de extrema pobreza. Atualmente 19% da população do Amazonas vive abaixo do limiar de extrema pobreza, o que representava mais que o dobro da taxa nacional (Atlas ODS Amazonas, 2019). A interiorização e a capacitação acadêmica têm se tornado uma resposta estratégica às demandas locais, principalmente para a formação de recursos humanos, nos últimos anos, com o objetivo de ampliar a atuação de profissionais que contribuam para o desenvolvimento regional fomentado pela política estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. Contudo, as evidências também revelam um desafio maior, a manutenção das condições infraestruturais para a produção do conhecimento científico que contribua para a formulação de ações visando a redução de desigualdades ampliando as capacidades de elaboração de cenários para a construção de políticas públicas que impactem de forma positiva e significativa na qualidade de vida, sobretudo dos povos e comunidades tradicionais do Amazonas. Neste sentido, a mesa de debates tem como objetivo discutir os desafios de fazer ciência em condições desiguais dados os contextos microrregionais produzidos pelas relações centro-periferia, assim como seus desdobramentos e impactos no cenário das cidades do interior do estado do Amazonas.

Mediador: Dr. Pedro Rapozo (SBPC, PPGICH/UEA)

onvidados: Dra. Claudina Azevedo Maximiano (NEABI/IFAM, Lábrea)

                       Dr. Daniel Joseph Tregidgo (IDSM, Tefé) Esboço da Programação (25 de junho de 2020)

                       Esp. Patricia Alves Leite (PROFCIAMB/IFAM, São Gabriel da Cachoeira)

                       Dra. Taciana Coutinho de Carvalho (NESAM/UFAM, Benjamin Constant)