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AÇÕES DO PROJETO PRÁTICAS CULTURAIS E CONSTRUÇÃO ÉTNICA SATERÉ-MAWÉ NOS ANOS DE 2016 E 2017

Projeto de Extensão

Este projeto de extensão foi atrelado à pesquisa para uma compreensão sobre a formação continuada e capacitação de professores no município de Maués/AM; Sendo coordenado pela professora Vilma de Jesus de Almeida Serra e contou com a colaboração de vários servidores do IFAM/CMA (Vanderlei Antônio Stefanuto, Maxiliano Batista Barros, Ederval Lima dos Santos, Elias da Silva Souza, Ana da Silva Torres Viana, Renildo da Silva Santos, Adenilma Silva Souza, Maria do Socorro Libório dos Santos, Darlane Cristina Maciel Saraiva, Luiz Antônio Tavares de Oliveira, Cristiano Gomes do Nascimento e Rômulo Ribeiro Machado) e parcerias externas.
publicado: 02/04/2018 15h14 última modificação: 03/04/2018 09h51

O seu objetivo principal foi desenvolver a formação continuada e a capacitação de professores e tu’isas da área indígena do rio Marau, das escolas municipais e estaduais na sede de Maués e acadêmicos da UEA com o intuito de fortalecer a prática pedagógica deste público. Os temas tratados nas oficinas destacaram às práticas culturais da Etnia Sateré-Mawé em que se buscou alcançar uma reelaboração daquilo que representa as políticas tradicionais da etnia e as políticas públicas implantadas e assimiladas ao longo do período que compreende desde a colonização até nossos dias.

Foi sobre esta ótica que nosso projeto promoveu ações educativas, no intuito de projetar novas ações-reflexivas a respeito da realidade Sateré-Mawé. Os procedimentos metodológicos foram elaborados como base nos seguintes princípios norteadores: realização de oficinas e palestras aos professores e tuxauas, fortalecimento de práticas culturais da cultura Sateré-Mawé através de narrativas orais, ampliação de saberes de diversas áreas de conhecimento. Destacaremos abaixo parte de nossas ações:

Certificação Terra Nova 2017

No mês de dezembro de 2017, foi realizada a certificação dos professores, tu’isas e comunitários da Comunidade Terra Nova no rio Marau. Os professores Vilma de J.A. Serra e Carlos Dinely Esteves se deslocaram para área indígena, a fim de realizar a certificação dos participantes das oficinas realizadas na primeira versão do projeto no ano de 2016.

Início da Formação em Cooperação Técnica com a UEA em 2017

No dia 10/10/2017, no turno vespertino, na sala 03, da Universidade Estadual do Amazonas, ocorreu a primeira oficina de LIBRAS com o professor MsC. Maxiliano Barros sobre o tema: Práticas Culturais do sujeito surdo Sateré-Mawé. A segunda etapa deste projeto pretendeu continuar as ações da formação continuada aos docentes da área indígena e da cidade de Maués, e neste ano, temos também como público alvo os acadêmicos da Universidade Estadual do Amazonas - UEA.

Atividades na Comunidade Terra Nova

Na oficina sobre a Práticas Culturais foram detalhadas Noções Básicas de Antropologia e Processos Históricos desta Etnia. Vale destacar que durante a exposição  o Tu’isa Bernardo Moi, que também, é professor, realizava a tradução oral em língua sateré-mawé. Vale destacar que participaram desta oficinas crianças, adolescente e idosos devido à cultura desta etnia não excluir qualquer geração das atividades lá realizadas, apesar de nosso público alvo ser o professores e tu’isas. Por isso, achamos relevante realizar a certificação dos alunos da comunidade que participaram ativamente das oficinas.

Certificação dos professores da Escola Municipal Salum de Almeida e Escola Estadual Maria da Graça Nogueira e colaboradores em 2016

Certificação dos participantes e colaboradores em 2017

O resultado desta capacitação contou com a formação das áreas acima citadas na primeira etapa em 2016, além de LIBRAS, Química, Psicologia da Educação em 2017. Com isso, os participantes tiveram a oportunidade de ampliar seus saberes, tendo como eixo de conhecimento a cultura Sateré-Mawé.

A oficina Matemática na cozinha

A oficina “Matemática na cozinha” foi organizada pela nutricionista, Ana Viana, com o objetivo de demonstrar que a alimentação natural, alimentos não industrializados e sem agrotóxicos, são alimentos menos calóricos e possuem nutrientes importantes para o adequado funcionamento do organismo, além de ser de custo baixo por serem alimentos comuns em quintais e terrenos, ou seja, acessíveis, mas pouco consumidos pelo desconhecimento de como deve ser utilizado pela população em geral.

Atividade pedagógica na Comunidade São Pedro

O professor explicou, durante as oficinas, sobre as várias denominações atribuídas aos Sateré-Mawé, Andirazes, Maguases, Manguês, Mawé e Sateré-Mawé, pois durante a colonização na Amazônia, as denominações Mawé (mau-é) é uma denominação do colonizador para com o indígena, esta ação pode ser identificada como imposição ideológica mercantilista, a qual vai padronizar uma denominação a qual será usada tanto pelos brancos como também pelos indígenas. 

Durante o trabalho foi realizada “Uma oficina pedagógica” aos alunos dos professores Aliomar Sateré e Claudete Sateré com seus alunos, em sala multisseriada, onde foi proposto ações interdisciplinares sobre o contexto social dos alunos. O resultado foi a  produção de histórias sobre suas vidas como: pescar; plantar; colher, tomar o guaraná, entre outros.

Escola Pysye-Kyeretete segundo, o professor Aliomar Sateré, significada “início da educação ou primeira educação”. Esta escola entre tantas outras sediadas em várias comunidades da área, demonstra o retrato da escola indígena como afirma a autora (Lira et al, p.03, 2015) em artigo intitulado Professores Sateré-Mawé e Materiais Pedagógicos na Luta por uma Educação Específica e Diferenciada” que expõe a realidade escolar que busca a “ [...] reconstrução da escola herdada da cultura dominante não tem sido uma tarefa fácil e muito se tem a fazer para que essa instituição venha a ser ressignificada, de fato, a fim de que os sujeitos sateré-mawé se reconheçam no processo educacional das escolas em suas comunidades.” Percebe-se que o ensino é orientado pelo currículo das secretarias de educação como SEMED e SEDUC em que o branco institui suas políticas educacionais desde a colonização do Brasil.

Observe que nesta atividade, o aluno desenha para, em seguida, produzir frases explicativas sobre seus desenhos, tanto em língua sateré-mawé quanto em língua quanto em portuguesa; Ampliando assim os seus conhecimentos:  linguístico, de mundo e textual. Observamos que as palavras e os vocábulos que os alunos representaram no papel em branco contextualizou o seu lugar e sua história de vida. Foi gratificante participar, junto com as crianças e com os jovens indígenas o estudo da linguagem verbal e não verbal sobre o cotidiano da comunidade.

Doação de roupas da gincana de 2015

Nesta atividade, foi realizada a doação de roupas que foram arrecadadas na gincana do ano de 2015, ação dos alunos e professores do IFAM/CMA que dividiram entre vários projetos os recursos arrecadados, para que nas curvas do rio, chegassem até às comunidade São Pedro e Terra Nova. Isso fortalece a importância da gincana quanto tem um fim social que irá ajudar os membros menos favorecidos de nossa sociedade. Veja a alegria dos pequenos indígenas na escolha das peças que mais lhe agradaram e que também se ajustaram ao tamanho do seus corpos.

Agradecemos à Coordenação de Extensão do IFAM/CMA,  Pró-Reitoria de Extensão, Universidade Estadual do Amazonas -UEA - Núcleo Maués ,  os Tu'isas da comunidades citadas e todos os professores colaboradores e participantes por esta relevante ação educativa.

Autoria: Vilma de J.A. Serra,  Carlos Dinely Esteves e Joana Gabriela.

 

 

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