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“Operação de Guerra” no Processo Seletivo do IFAM 2016

Parceria com o Exército Brasileiro levou as provas do Processo Seletivo 2016/1º a comunidades indígenas em São Gabriel da Cachoeira.

Parceria com o Exército Brasileiro levou as provas do PS 2016/1º a comunidades indígenas em São Gabriel da Cachoeira.
por Ana Paula Batista publicado: 16/12/2015 16h58 última modificação: 16/12/2015 16h59

No último domingo, 13 de dezembro, o Instituto Federal de Educação do Amazonas (IFAM) realizou o Processo Seletivo 2016/1º semestre na capital e em 20 municípios do interior, ofertando mais de três mil vagas para cursos de nível médio técnico e de graduação.

O município de São Gabriel da Cachoeira (distante 858 km de Manaus) foi a localidade mais distante e também um dos maiores desafios neste certame. Foram 2.347 candidatos inscritos tanto na sede quanto nas comunidades indígenas Assunção do Içana, Belo Monte, Tarauacá, Vila Nova Rio Xiê, Cucuí, Iauaretê, Itapereira, Maturacá, Pari-Cachoeira e São Jorge.

Uma “operação de guerra” foi montada em parceria com o Exército Brasileiro para garantir que as provas chegassem ao seu destino. De acordo com o Oficial de Operações da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, Major Pontes, o maior desafio era vencer as distâncias.

“A vazante dos rios faz com que o trajeto fique mais perigoso e mais longo. Para se chegar à comunidade Pari-Cachoeira, por exemplo, levamos dois dias de deslocamento na ida e na volta. Além disso, tivemos o apoio dos Pelotões Especiais de Fronteiras que contribuíram no apoio de alojamento dos servidores do IFAM nas comunidades indígenas de Maturacá, Cucuí, Pari-Cachoeira e Iauaretê”, disse o Major.

“O custo amazônico é muito elevado quando se trata de expandir o acesso da educação a todos os amazonenses, no entanto consideramos isso um investimento em nossos jovens e adultos”, ressalta o reitor do IFAM, professor Antonio Venâncio Castelo Branco. Segundo ele, somente em São Gabriel da Cachoeira, 2.350 litros de combustível foram gastos para abastecer as embarcações que levaram os malotes a todos os locais de prova.

“Para que a prova fosse realizada no domingo, os malotes de provas lacrados foram despachados com uma semana de antecedência e chegarão com uma semana após sua realização. Esse tempo todo se deve ao difícil deslocamento até comunidades rurais e indígenas que se encontram muito distante de São Gabriel da Cachoeira, somando ainda o fato de que enfrentamos uma severa vazante para alcançar localidades onde o acesso é feito exclusivamente via fluvial”, disse Castelo Branco ressaltando que o campus em São Gabriel da Cachoeira é o mais multiétnico da Rede Federal de Ensino. “Temos 23 etnias oficiais estudando em nosso campus, o que nos enche de orgulho”, destacou.