Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Dia do Engenheiro Mecânico: profissional essencial para o desenvolvimento da indústria

Notícias

Dia do Engenheiro Mecânico: profissional essencial para o desenvolvimento da indústria

O IFAM oferta o curso de bacharelado em Engenharia Mecânica desde 2009, e já formou dez turmas em Manaus.

por publicado: 05/06/2023 19h10 última modificação: 05/06/2023 19h21

No dia  05 de junho, comemora-se o Dia do Engenheiro Mecânico, uma data que homenageia os profissionais responsáveis por projetar, construir e manter sistemas mecânicos. Esse profissional desempenha um papel importante em diversas áreas, como indústria automotiva, aviação e robótica.

Nesta data, é importante reconhecer e valorizar o trabalho desses profissionais, que, com suas habilidades técnicas, são essenciais para o desenvolvimento e a inovação tecnológica. Em Manaus, com o intuito de atender as demandas do Polo Industrial de Manaus (PIM), o Instituto Federal do Amazonas (IFAM) oferta desde 2009, o curso de bacharelado em Engenharia Mecânica, e, há 14 anos, contribui na formação de profissionais aptos a atuar num contexto global e capazes de propor soluções para resolver os problemas e promover o progresso científico, tecnológico e humanístico, desenvolvendo pesquisas e projetos.

De acordo com o coordenador do curso, professor Benjamin Batista de Oliveira Neto, um dos principais desafios e exigências de mercado para os profissionais formados em Engenharia Mecânica, está relacionado à questão tecnológica e produtiva, pois considera que a quarta revolução industrial possui um nível de inovação e velocidade de renovação sem precedentes. “Processos que demoravam horas ou dias agora podem ser feitos em minutos ou mesmo frações de segundos. Essas novas tecnologias crescem e evoluem de forma exponencial e deixam outras formas de fazer completamente obsoletas. Um dos maiores desafios hoje é conseguir acompanhar tal ritmo, do contrário, ficamos para trás”, diz. 

Oliveira Neto comenta ainda que os alunos de engenharia têm o desafio de aprender constantemente sobre novas tecnologias. “Para alguns alunos finalistas, essas tecnologias nem mesmo existiam, quando eles começaram seus cursos. Para os professores, tem-se o duplo desafio não apenas de aprender sobre tais tecnologias, mas também de conseguir adequar toda a estrutura educacional como laboratórios, PPCs (Projeto Pedagógico de Curso), ementas de forma ágil e hábil para que se tenha possibilidade de ensinar esses movimentos que ganham cada vez mais força antes que eles sejam ultrapassados por novas técnicas”, explica, apontando que, para o profissional que atua na área, “tem-se o maior desafio de todos, voltar à sala de aula, renovar-se para se adequar a um novo mundo tão inédito e desafiador, do contrário ele mesmo corre o risco de tornar-se obsoleto”. 

Professor Benjamin Batista de Oliveira Neto junto com turma de engenheiros mecânicos

Inteligência artificial no ambiente de trabalho

O coordenador chama atenção sobre o perfil do profissional do futuro que foge daquele o qual trabalha em um ambiente altamente previsível, estruturado e estático. “O mundo hoje é dinâmico, os desafios de hoje são completamente novos. Não se dá mais para resolver as coisas com regrinhas decoradas. Este novo mundo exige flexibilidade, criatividade e pensamento crítico. A competição no mercado de trabalho não é apenas entre pessoas de países diferentes, hoje a competição envolve até mesmo inteligência artificial, que consegue fazer cálculos de forma muito mais rápida do que qualquer ser humano”, declara.. 

Segundo Oliveira Neto, hoje, um profissional cheio de informações não consegue competir contra uma inteligência artificial e seus terabytes de dados. “Ter informação não é mais o suficiente, é necessário combinar dados e informações para gerar conhecimento que seja relevante e significativo. Paradoxalmente, com o raiar das tecnologias de inteligência artificial, o pensar humano talvez tenha se tornado o ativo mais valioso de qualquer profissional. Muitos profissionais ainda insistem em usar formas de produzir e de pensar de épocas passadas, e isso se torna um grande risco à nossa produtividade ou mesmo soberania tecnológica. Temos que entender que estamos em uma corrida e, que por melhor que sejam as carroças, elas não conseguem ganhar de um carro de fórmula 1”, destaca.

Experiência acadêmica

Atualmente, o curso possui 179 alunos ativos e matriculados, e já formou dez turmas em Manaus. José Wilson Araújo da Silva é um dos 125 egressos que passaram pelo curso. O engenheiro faz parte da última turma do curso que colou grau no dia 24 de maio deste ano. 

Para o profissional recém formado, um dos momentos desafiadores do curso foi durante a pandemia da Covid-19. “Foi um período bastante complicado, as aulas presenciais foram substituídas por conteúdos online. Foi difícil compreender disciplinas complexas somente por conteúdo digital. Foi um momento que tivemos que nos adaptar em uma situação de contexto mundial. Apesar de tudo, a instituição deu o apoio necessário, financiou inclusive, tablets e outros equipamentos para nos ajudar. Em 2022, retornamos para concluir o curso”, recorda.

 José Wilson Araújo da Silva colou grau no dia 24 de maio deste ano

Um outro ponto que Silva relembra é sobre a dupla jornada que realizava para estudar e trabalhar ao mesmo tempo. “Muito desafiador estudar e trabalhar ao mesmo tempo. No meu caso, antes mesmo de iniciar o curso, já trabalhava na indústria. Foi muito gratificante concluir o curso no IFAM, instituição que tenho ligação desde o ensino técnico, e pretendo, em breve, retornar para continuar a buscar conhecimento por meio da pós-graduação”, afirma o engenheiro mecânico que hoje atua na Musashi da Amazônia, fábrica instalada no PIM que produz componentes mecânicos e conjuntos de transmissão para veículos de duas rodas.

Principais ações do curso 

Dentre as ações do curso de engenharia mecânica, o coordenador destaca os projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) juntamente com o Polo de Inovação do IFAM. Há ainda projetos de extensão e de Iniciação Científica: Avaliação da viabilidade técnica e econômica na produção de tecnologias assistivas por meio do emprego de tecnologias de manufatura aditiva; Protótipo de máquina extratora de lascas de tucumã - capaz de promover utilização sustentável das suas cascas e caroços à luz da metodologia de projeto de produtos industriais.

O curso também realiza anualmente dois eventos: Semana da Indústria e a Semana da Engenharia Mecânica. As duas atividades buscam discutir e compartilhar conhecimentos sobre as tendências e desafios do setor industrial, bem como promover a interação entre academia, indústria e sociedade. “Também podemos citar a articulação do projeto BAJA-IF que está em fase de discussão com o colegiado do curso para implementação, além de ações internas do curso em parceria com o Laboratório IF-Maker para ofertar cursos para os alunos, por exemplo, Impressão 3D; Corte CNC-Laser e Robótica. Ações de parcerias com empresas WDG e Callidus potencializam e fortalecem os laços da Instituição, do Curso e do alunado com tecnologias e tendências atuais da área industrial”, cita.