Na última semana, o Instituto Federal do Amazonas (IFAM) recebeu a visita do reitor da Escola Estatal de Ballet de Berlim (Staatliche Ballettschule Berlin), Dr. Ralf Stabel que esteve em Manaus para apresentar os programas e projetos de sua instituição e propor parcerias artísticas com os artistas amazonenses.

O reitor alemão esteve acompanhado pela assessora de Relações Internacionais do Instituto Federal de Brasília (IFB), Prof. Dra. Edna Azevedo, após ministrar oficinas gratuitas e encantar os participantes do evento Conecta IF, em Brasília, com a apresentação do espetáculo de dança baseado na peça da coreógrafa Marianne Vogelsang com a obra “Prelúdios de Bach”. O espetáculo foi estrelado pelo bailarino solista Nils Freyer e o pianista Ulrike Buschendorf, sob a supervisão do historiador da Dança, Prof. Dr. Ralf Stabel.

Na sexta-feira, 22 de setembro, o reitor alemão foi recebido pelo secretário estadual de Cultura do Amazonas, Robério Braga, pela secretária executiva, Elizabeth Cantanhede e pelo diretor do Corpo de Dança do Amazonas, Getúlio Lima, na antiga sede do Palácio do Governo. Participaram também da reunião, a pró-reitora de Extensão do IFAM, Sandra Magni Darwich e a assessora de relações internacionais, Ana Célia Said.

O objetivo da visita era a articulação com o Governo do Estado para que a Escola Estatal de Ballet de Berlim possa se apresentar nos palcos do Teatro Amazonas. Muito receptivo a ideia, o secretário de cultura se colocou à disposição para que a turnê do ballet alemão possa acontecer em 2018 e ainda sugeriu novas formas de parceria. “Será um grande prazer receber o ballet de Berlim no Amazonas. O Corpo de Dança do Amazonas completará 20 anos no ano que vem e nada melhor do que poder proporcionar um intercâmbio entre professores e bailarinos alemães e amazonenses”, disse ele.

E a Escola Estatal de Ballet de Berlim possui alunos oriundos de 30 países diferentes. “Brincamos que somos as Nações Unidas do Ballet com tanta diversidade cultural. Inclusive temos o bailarino brasileiro Vitor Caixeta que acabou de ser contratado pelo Ballet do Teatro Mariinsky de São Petersburgo, na Rússia”, ressaltou Stabel.

A verticalização do ensino foi outra característica destacada pelo reitor alemão. Segundo ele, os estudantes que ingressam na Escola Estatal de Ballet de Berlim, passam pelo curso técnico até o bacharelado em Artes. “Cerca de 90% dos nossos alunos conseguem ser contratados pelos melhores teatros da Europa”, disse ele ao revelar que na Alemanha há 70 companhias de ballet nos teatros, sem contar com as companhias livres que também recebem financiamento do governo alemão.

TEATRO AMAZONAS ENCANTA PELA BELEZA

Símbolo do maior cartão postal no Amazonas e famoso no mundo por sua beleza arquitetônica, o Teatro Amazonas impressiona pela grandeza e riqueza de detalhes.

Após a reunião com o secretário estadual de cultura, eles tiveram a oportunidade de conhecer a infraestrutura do Teatro Amazonas e avaliar as questões técnicas para decidir qual espetáculo de dança se encaixará melhor no palco do teatro durante a turnê em Manaus.

Segundo Stabel, o objetivo é fazer uma montagem em parceria com os bailarinos amazonenses, buscar novos talentos, fortalecer as relações e promover um intercâmbio entre os países.

REITOR AMAZONENSE FALA SOBRE OS DESAFOS NA EDUCAÇÃO DO AMAZONAS

Ao mostrar o mapa do Amazonas, o reitor do IFAM, Antonio Venâncio Castelo Branco, falou sobre os desafios de gerir uma instituição com quase 24 mil alunos e dois mil servidores em uma região de dimensões continentais. “Cada campi tem sua característica única e vencer a logística continua sendo um dos nossos maiores desafios. E apesar desta dificuldade, nosso foco continua na capacitação de alunos, professores e técnicos-administrativos. Por isso criamos o IFAM Internacional que promove ações de intercâmbio com as melhores instituições de ensino do mundo”, disse ele ao ressaltar o desejo de firmar parceria com a instituição alemã.

A pró-reitora de Extensão, Sandra Magni Darwich, citou as singularidades do campus São Gabriel da Cachoeira e a riqueza cultural da região do Alto Rio Negro. “Somente no campus temos 23 etnias estudando e o campus já trabalha com o nheengatu, uma língua co-oficial. Temos um grande celeiro de talentos”, disse ela.

As próximas tratativas com a escola alemã ficará sob responsabilidade da Diretoria de Relações Internacionais que deverá formalizar futuramente um termo de cooperação técnica.