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Liderança e aluna indígena em visita a reitoria do Instituto federal do Amazonas.

Liderança e aluna indígena em visita a reitoria do Instituto federal do Amazonas.
publicado: 15/02/2019 18h20 última modificação: 15/02/2019 18h30

Os primeiros frutos de uma parceria de sucesso começam a florescer, estiveram presentes na reitoria do (IFAM) nesta sexta-feira dia 15 de fevereiro o cacique Tuxaua Josibias Alencar da etnia sateré-mawe e a aluna do curso em Agroecologia na modalidade Proeja Arleones Almeida também da etnia Sateré-mawe ambos vieram da comunidade Ilha Michiles localizada no Município de Maués (distante 253 km de Manaus) ambos foram recebidos pelo Reitor do IFAM Professor Antonio Venâncio Castelo Branco, a Pró reitora de Ensino lívia Camurça, Sara Carneiro Diretora de Desenvolvimento da Educação Básica, Manoel de Jesus Coordenador geral de Educação do Campo e a Coordenadora de Educação escolar Indígena Darlane Saraiva. A aluna é integrante de um curso que surgiu de uma ação ousada do IFAM, pois o processo seletivo para ofertar as vagas foi pioneiro no pais, pois foi o primeiro processo seletivo que fez uso da língua materna indígena em seu processo. O curso também tem conteúdos que são ministrados em língua nativa.  Atender a demanda da educação escolar indígena é uma das missões do Instituto Federal do Amazonas (IFAM).

O IFAM é a primeira instituição de ensino a adentrar na comunidade e a ofertar um curso que respeite as especificidades dos indígenas. O curso está sendo ministrado pelo IFAM Campus Maués na comunidade Ilha Michiles, seguindo os conceitos da pedagogia da alternância, ou seja, as aulas são ministradas em módulos e os professores se deslocam por um período até a comunidade e depois retornam ao campus.

Segundo a coordenadora do curso, Darlane Saraiva, os Saterés já aguardavam ansiosos pela oportunidade de qualificação. "Desde 2014 estivemos tratando sobre os moldes de um curso que atendesse a demanda escolar indígena. Hoje, podemos resumir essa trajetória em apenas uma palavra: conquista! O Campus Maués encarou o desafio pedagógico e, principalmente, logístico para suprir a necessidade do povo indígena na região", destacou a coordenadora.

O reitor do IFAM, Antonio Venâncio Castelo Branco, ressaltou as dificuldades que os amazônidas enfrentam pelo sonho da qualificação acadêmica e profissional. "Não é fácil levar promover a educação no Amazonas. Enfrentamos diversos desafios, desde o logístico até mesmo a ausência de escolas com Ensino Médio em comunidades do interior e nesse sentido o IFAM torna-se primordial no atendimento dos anseios das populações tradicionais", informando que muitos desacreditavam na possibilidade de estudo dentro da aldeia indígena.

A ESCOLHA DO CURSO 

A demanda por Agroecologia partiu da própria comunidade Sateré-Mawé. Segundo a coordenadora do curso, durante as visitas técnicas foi constatado que havia a questão da escassez de alimentos. "Identificamos a questão da necessidade sobre a segurança alimentar dentro da comunidade. Por isso, a Agroecologia tornou-se uma opção ainda mais viável e coerente para ser desenvolvida junto a esse público. Além disso, nós docentes ganhamos muito. com esse intercâmbio interdisciplinar, o crescimento profissional é imensurável", disse Darlene.