Você está aqui: Página Inicial > Notícias > O mel e as abelhas sem ferrão na Reditec 2017

Notícias

O mel e as abelhas sem ferrão na Reditec 2017

Projeto de meliponicultura é executado em comunidades da etnia Mura
por Ana Paula Batista publicado: 23/11/2017 05h24 última modificação: 23/11/2017 05h47

As comunidades indígenas da etnia Mura estão aprendendo a manejar as abelhas sem ferrão e, consequentemente, a conservar os recursos naturais da região. Assim surgiu o projeto “Extensão em Meliponicultura: promovendo a arte de manejar as abelhas sem ferrão em comunidades indígenas no município de Autazes” que atua nas aldeias Moyray, Guapenu, São Félix e Josefa localizados em Autazes.

O projeto é de autoria de Jonas Serpa, Ivanete de Souza e Rinaldo Fernandes. A criação de abelhas sem ferrão, chamada de Meliponicultura, tem se destacado e consolidado como atividade produtiva no Amazonas. Para o orientador do projeto, Rinaldo Fernandes, o impacto do manejo das abelhas sem ferrão vai além da atividade produtiva. "Apesar deles extraírem um produto que garante renda a comunidade, o projeto veio para conservar os recursos naturais da região e, principalmente, na afirmação étnica dos Mura por meio dos produtos com a marca deles do que com o próprio mel", disse ele que ainda desenvolve atividades de biojoia utilizando o babaçu que é matéria-prima ainda desprezada no Amazonas.



Os Mura totalizam uma população de aproximadamente 15.713 indígenas que se localizam ao longo dos rios Madeira, Amazonas e Purus, porém também já são encontrados nos centros urbanos como Manaus, Autazes e Borba.

A estudante Ivanete de Souza, do curso Integrado de Agroecologia, Campus Manaus Zona Leste é da aldeia Moyray e destacou que hoje a comunidade vai a campo coletar de forma sustentável as colmeias para inserir no meliponário. "Na minha comunidade moram 62 famílias indígenas e hoje após aprenderem que as abelhas jupará não apresentavam risco, entenderam que poderia ser um negócio interessante para todos nós. Os cursos ajudaram a coletar as colmeias sem nenhum prejuízo ao meio ambiente", disse ela.

Realizado com a recepção dos visitantes ao projeto, o estudante Jonas Serpa, do Campus Manaus Zona Leste, ressalta que o mel e a produção de biojoia mudou a vida na comunidade. "Comercializar tanto o mel quanto as biojoias de babaçu gerou emprego e renda para as famílias indígenas. Isso é gratificante. Ficamos felizes também com a receptividade das pessoas de outros estados ao degustar o mel. Muitos deles nem sabiam que era possível extrair o produto de abelhas sem ferrão, além disso, o mel por ter mais umidade em sua composição, torna-se viscoso e diferente do mel "tradicional". Todos gostaram muito do produto", afirmou.



Sobre o projeto

A ideia do projeto nasceu após a constatação de que as abelhas jupará eram sacrificadas na escola indígena Dr. Jacobina, pois pensava-se que as abelhas representavam risco às crianças que frequentavam o Ensino Fundamental na comunidade São Félix.

Segundo o orientador, Rinaldo Fernandes, o projeto iniciou com cinco colônias de abelhas em 2016 e atualmente já somam 26 colônias após a continuidade do projeto Pibex. , disse ele que o mel extraído já ganhou identidade visual e marca chamada de “Jupará Mura”, nome este da espécie de abelha trabalhada no projeto.

A comunidade recebeu treinamento, oficinas de formação e palestras sobre a meliponicultura e as práticas de manejo das abelhas.

A REDITEC

A Reditec conta ainda com a Mostra de Experiências Exitosas nas áreas de Ensino, Pesquisa, Gestão, Extensão e Internacionalização. Foram enviadas 250 propostas e apenas 25 trabalhos foram aceitos. Na mostra, educadores apresentam iniciativas bem sucedidas desenvolvidas nas instituições da Rede. O evento é realizado anualmente pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e pela Setec/MEC.