Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Tradução de lendas amazônicas fecha 2º dia da WFCP

Notícias

Tradução de lendas amazônicas fecha 2º dia da WFCP

Projeto é desenvolvido no campus Maués e visa integrar a comunidade surda por meio da libra
por Ana Paula Batista publicado: 25/09/2016 15h00 última modificação: 26/09/2016 09h18

E o segundo dia da 40ª Reditec e do Congresso Mundial da WFC foi encerrado com a exposição de experiências exitosas de Extensão dos institutos federais do Amazonas, Alagoas, Paraíba, Sertão Pernambucano, Santa Catarina e Instituto Federal Catarinense.

O Amazonas - representado pelo IFAM campus Maués e apresentado pelo professor Maxiliano Barros, relatou o projeto Tradução de lendas amazônicas: do português para libras desenvolvido com alunos surdos, alunos não-surdos e comunidade em geral.

Segundo Maxiliano, a acessibilidade ainda é uma barreira a ser vencida. "Infelizmente, o PCD ainda encontra muitos obstáculos na questão da acessibilidade e não tem seus direitos garantidos plenamente. A barreira da linguagem é um dos obstáculos a ser vencida", disse o professor.

O projeto reuniu seis lendas amazônicas: Guaraná, Boto, Anselmo, Jurupari, Matinta Pereira e Origem do Rio Maués, sendo descritas pelos idosos sateré do município de Maués. Após o relato deles, as lendas eram transcritas do português para libras e, posteriormente, transformadas em peças teatrais encenadas pelos estudantes surdos e ouvintes.

"Ofertamos curso de libras para os 'atores' que não são surdos e tivemos a ajuda de artistas locais para confeccionar e montar todo o cenário descrevendo as lendas. A partir daí, ensaiamos com todos os participantes e apresentamos as peças teatrais para a cidade", destacou Maxiliano.

O campus Maués recebe alunos surdos desde 2010. Já se formaram dois no curso técnico de Informática, um em Administração e um de Agropecuária que concluirá em 2016. Na Rede Estadual de Ensino de Maués só haviam três estudantes surdos matriculados. Hoje já são 11 estudantes regularmente matriculados.

GARGALOS E CONCURSOS PÚBLICOS

O interior do Amazonas ainda sofre com a escassez de professores e intérpretes. Segundo o reitor do IFAM, Antonio Venâncio Castelo Branco, essa dificuldade em encontrar profissionais capacitados acaba prejudicando a oferta de educação de qualidade.

"Desde 2014 já incluímos nas vagas do concurso público, a solicitação de professores e intérpretes em libras, a fim de sanar esta questão e atender a legislação federal, além disso, quando garantimos a acessibilidade comunicacional a todos, impactamos diretamente em nosso Processo Seletivo. Nosso objetivo é incluir cada vez mais alunos PCD e ofertar um ensino inclusivo e de qualidade. E acima de tudo formar cidadãos sensíveis e que percebam o outro", destacou Castelo Branco.