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Servidora ingressa em doutorado e pretende lançar livro

Samanta Freire possui deficiência motora e, em 2016, iniciou os estudos em programa de pós-graduação da Ufam.
por publicado: 12/08/2016 13h08 última modificação: 12/08/2016 13h08

A vontade de trabalhar e crescer profissionalmente foram os estímulos de Samanta Araújo Freire para ingressar como servidora no Instituto Federal do Amazonas (IFAM). Desde 2010, a assistente em administração atua na Coordenação de Controle Acadêmico do Campus Manaus Centro (CMC), onde trabalha diretamente com as demandas referente ao ensino de graduação. 

Samanta faz parte do universo de 1.802.014 pessoas que possuem algum tipo de deficiência e moram nas áreas urbana e rural de Manaus, segundo dados do Censo  2010 e disponíveis no site da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Amazonas (Seped). Devido à deficiência motora que possui, a maior parte de seu trabalho é feita com auxílio de computador e, raramente, realiza atendimento junto à comunidade acadêmica por ter dificuldade para falar.

“Trabalho pela parte da manhã e meu dia a dia no IFAM geralmente é bem atarefado. Muitas vezes eu preciso de ajuda com as tarefas manuais, como cortar, colar e montar caixas, porque eu sou um pouco lenta para esse tipo de atividade, devido a minha deficiência motora”, disse Samanta.

De acordo com a servidora, suas limitações motivaram a ida para o serviço público. “Como era muito difícil eu sair sozinha para procurar emprego, eu achei mais prático estudar para fazer concursos, até porque eu sempre gostei de estudar”, relembra.

Egressa do IFAM, Samanta diz não ter dificuldade de relacionamento no ambiente de trabalho. “Até agora eu não tive nenhum problema de relacionamento, eu procuro me dar bem com todos. No meu setor, a maioria já me conhecia porque eu fiz o curso técnico em Informática entre 2005 e 2009, por isso, desde o início meu relacionamento com eles sempre foi bom”, explica.

Sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, a servidora afirma não ter parâmetro para falar sobre o assunto no IFAM, porque só conhece mais um servidor com deficiência. “Só conheço o professor Dalmir Pacheco, coordenador do Napne, que também é deficiente”, disse. Entretanto, a servidora destaca que, por meio de sua pesquisa no mestrado com o tema deficiente e mercado de trabalho, atualmente a legislação contribui muito para que haja a inclusão das pessoas com deficiência no ambiente de trabalho.

Vida acadêmica                   

Em 2016, Samanta avançou nos estudos e iniciou o curso de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura da Amazônia, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). “A minha expectativa durante o curso é conseguir concluir todas as atividades necessárias para o cumprimento dos créditos antes dos dois primeiros anos, inclusive os estágios. Após o curso, meu projeto é transformar a tese em livro”, revela a nova doutoranda.

O tema provisório da tese de Samanta é ‘Representações Coletivas das Pessoas com Deficiência: um olhar sobre as associações atuantes no município de Manaus’. O trabalho tem como objetivo analisar a contribuição das associações de pessoas com deficiência para a formação da identidade social e cultural desse grupo.

Publicação de livro

No momento, Samanta também tem como foco a publicação do livro ‘Deficiência, trabalho e formação profissional’, resultado da dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Ufam. “Só estou aguardando sair o ISBN para iniciar o processo de impressão”, diz a servidora, referindo-se ao sistema internacional padronizado que identifica numericamente os livros segundo o título, o autor, o país, a editora, por edição.