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Mostra de Extensão/SNCT 2024: Palestra de abertura destaca práticas de extensão para a sustentabilidade do bioma amazônico

Atividade fez parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia que ocorre até a próxima sexta-feira (18), em todos os 17 campi do IFAM
por publicado: 15/10/2024 13h22 última modificação: 15/10/2024 13h22

O professor Paulo Adelino de Medeiros, do Instituto Federal do Amazonas-Campus Presidente Figueiredo (IFAM-CPRF), realizou a palestra ‘Práticas de extensão para a sustentabilidade do bioma Amazônia’, na manhã desta terça-feira (15). Com transmissão ao vivo pelo Canal TV IFAM (Youtube), a atividade fez parte da abertura da Mostra de Extensão, evento integrante da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). 

Neste ano, a Mostra de Extensão tem como tema ‘Práticas de extensão para a sustentabilidade da Amazônia’ e busca dar visibilidade às ações de extensão realizadas nos campi do IFAM com fomento próprio ou por meio de programas institucionais, contribuindo para o fortalecimento da relação indissociável entre ensino, pesquisa e extensão no contexto da educação profissional e tecnológica promovida pelo Instituto no Amazonas.

Durante a palestra, o professor falou sobre as experiências vivenciadas na extensão com ênfase no bioma amazônico, em especial no IFAM-Campus Maués, onde o profissional desenvolveu atividades de docência entre os anos de 2015 e 2023. “A prática de extensão é algo muito importante para o país, sobretudo para a região amazônica, porque nós temos uma série de peculiaridades que fazem da nossa região um local desafiador para se realizar extensão. Sempre gostei muito do trabalho de campo, faz parte da minha vivência por desenvolver atividades em comunidades. Então, assim que cheguei em Maués, em 2015, já havia esse movimento da busca por um trabalho mais constante nas comunidades”, disse.


Entre as práticas citadas, o professor destacou a realização do diagnóstico rural participativo junto à comunidade Andirá-Marau com a finalidade de criar o projeto político-pedagógico do curso técnico em Agroecologia. “A criação do curso foi uma demanda das próprias lideranças indígenas de Andirá-Marau diante da preocupação que eles tinham com o crescimento das comunidades, a ausência de um ensino médio de qualidade com a cara da comunidade e eles tinham a exigência em não tirar os jovens da comunidade”, recordou.

Sobre a coleta de dados, o professor relembrou a surpresa que o resultado revelou para a equipe. “Foi um momento interessante porque às vezes achamos que, estando no IFAM, sabemos o que realmente a comunidade precisa, e não é assim. Quem conhece a necessidade da demanda são as próprias pessoas que vivem nas comunidades. Achávamos que íamos nos deparar com questões de alimentação em primeiro plano, da ausência de tecnologias para serem produtivos e quando fomos verificar os dados após a aplicação da metodologia, foram totalmente diferentes daquilo que imaginávamos. O primeiro ponto constatado e enfatizado foi a questão de drogas e que a gente não tinha noção do quanto era latente. O segundo ponto foi a desorganização político-social, seguido do desmatamento. Eles queriam que trabalhássemos essas questões no curso demandado por eles. Isso demonstra que precisamos lançar mão dessas ferramentas para ter uma visão mais ampla daquilo que vamos trabalhar porque, caso contrário, vamos levar ações prontas que são fáceis para nós, mas que não atendem a realidade que as pessoas estão vivendo naquela comunidade”, disse.

O professor também citou a realização do curso de extensão ofertado na Fazenda da Esperança, espaço que recebe e acolhe pessoas para tratamento contra a dependência química. “Em parceria com a organização, em 2023, montamos um curso de 40h e foi muito interessante porque lá o modelo de tratamento deles é focado no trabalho rural como forma de ocupação e terapia-ocupacional. Então, associamos as atividades de recuperação com a piscicultura e fizemos um curso dividido em quatro módulos. Considero uma das experiências mais enriquecedoras e gratificantes que tive no exercício da docência porque trabalhamos com um público que varia de idade entre 20 e 65 anos com uma diversidade grande de conhecimentos e saberes tradicionais. E a gente percebia neles muita vontade de aprender, muita vontade de melhorar de vida. Me senti importante em dar uma alternativa para essas pessoas”, relembrou.

Após a apresentação do professor, o público teve a oportunidade de fazer perguntas sobre os desafios para implementação de práticas de extensão em comunidades amazônicas. A Mostra de Extensão ocorre até a próxima quinta-feira (17) e faz parte de uma série de atividades promovidas pelo IFAM durante a SNCT, com o objetivo de mobilizar a população em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia. 

Confira a programa completa da SNCT do IFAM: http://www2.ifam.edu.br/snct-ifam/programacao

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