O Núcleo de Estudo Afro-brasileiro e Indígena NEABI/CMC realizou a certificação da Comissão de Heteroidentificação do IFAM Campus Manaus Centro referente aos trabalhos desenvolvidos nos anos de 2020 a 2024 dos acadêmicos: Yara Araújo, Sterphanlly Sarraff, Ryan Tolosa, Eucilene Nunes, Andreza de Souza, Carla Monique, Marcela Oliveira e Josias Martins. Além dos servidores: Damião Vasconcelos do Vale, Nelma Loureiro, Maria de Jesus e da coordenadora do NEABI CMC, Vilma de Jesus Serra Kohne.

O evento ocorreu ontem, dia 15/07/24, na sala 3 da DIREC do IFAM/CMC, os membros que trabalharam na Pandemia de Covid 19 receberam também Menção Honrosa pelo trabalho pioneiro de implantação do procedimento de heteroidentificação na forma 100% remota para atender mais de mil e trezentos candidatos das cotas raciais de: Preto, Pardo e Indígena nos processos seletivos em tempos de Pandemia (2020, 2021 e 2022). Essa experiência foi um marco para a mudança nos Editais da Pró-reitoria de Ensino – PROEN que já atualizou com, proficiência os seus editais nas Reservas das Cotas Raciais que traz orientações aos candidatos para o procedimento de Heteroidentificação, atendendo de forma efetiva, a Lei 12.711/2012 e sua alteração na Lei14.723/2023, além da observância à Portaria Normativa n.04 de 2018 e, mais atualmente,  à Instrução Normativa MGI Nº 23, de 25 de julho de 2023 que disciplinam a aplicação da reserva de vagas para pessoas negras nos concursos públicos, servindo de referência para os Editais da PROEN do IFAM.

Houve também o importante momento de reflexão com o relato de experiência da mestranda e pesquisadora das áreas que envolvem as temáticas étnico-raciais, Yara Araújo dos Santos em que externou “Receber esses certificados representa muito mais do que um reconhecimento formal. É o reflexo de uma caminhada construída com compromisso, estudo e afeto. Desde 2020, venho atuando como voluntária na Comissão de Heteroidentificação e em diversas ações do NEAB/CMC, espaços nos quais encontrei não apenas acolhimento, mas também a oportunidade de contribuir de forma ativa e crítica para a promoção da equidade racial e da valorização das identidades negras e indígenas.

Como acadêmica e pesquisadora comprometida com a luta antirracista, escolhi permanecer nesses espaços por acreditar na força transformadora da educação, da memória e da escuta. Minha atuação sempre buscou ir além do ativismo, integrando também o rigor científico, a produção de conhecimento e o fortalecimento das políticas de permanência e representatividade".

"Sou grata a cada pessoa com quem compartilhei essa trajetória e sigo à disposição para continuar construindo caminhos de justiça, respeito e reconhecimento das nossas raízes” afirmou a pesquisadora.

Em seguida o servidor, Damião Vasconcelos do Vale declarou que foi muito gratificante trabalhar com a inclusão de candidatos negros: pretos/pardos e indígenas nos processos seletivos desde 2020, para ele  "contribuir com a inclusão de candidatos indígenas e negros, durante o trabalho na Comissão de Heteroidentificação, somou com suas atribuições de técnico audiovisual, pois foi necessário fazer treinamento aos membros dessa comissão sobre fotografia, enquadramento em modo mobile, para que eles pudessem dar melhor orientação aos candidatos nas entrevistas online, na plataforma do Google Meet". 

Além disso, externou que ficou na sua memória algumas impressões visuais desses candidatos e externou "quando vemos esses alunos, nas cerimônias de formatura no campus,  com alegria estampada nos seus rostos, pela conquista de uma conclusão de curso,  para mim é o paradoxo do nervosismo durante as entrevistas de acesso ao IFAM/CMC."

Ao final desse evento,  ficou a gratidão à equipe gestora do NEABI/CMC formada pelas servidoras: Vilma Serra, Mirlândia Amazonas-Passo e Cybelle Taveira pela organização do ENCEPE - ENCONTRO DO NEABI-CMC EM ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL NO CONTEXTO ESCOLAR,  esse evento Bienal traz como uma de suas ações a oferta de oficinas formativas da Comissão de heteroidentificação que promove a composição de novos membros para atuarem na Comissão de Heteroidentificação do IFAM e demais instituições, atentando para a Igualdade Racial e Combate ao Racismos na Educação como uma forma de efetivar as políticas públicas afirmativas raciais.

Por Vilma Serra Kohne