Notícias
Estudantes de Recursos Pesqueiros recebem treinamento em seleção de áreas para instalação de viveiros aquícolas
A atividade é oferecida anualmente e visa a capacitação de profissionais para atuar na expansão da área produtiva de Presidente Figueiredo

Elaboração da planta do empreendimento aquícola: após a coleta dos pontos geográficos com aparelho GPS, os dados são transferidos para software específico, onde são processados para desenhar o empreendimento e georreferenciá-lo
O treinamento intensivo consistiu da demonstração de métodos para estimativa da vazão e capacidade de abastecimento de córregos naturais, testes rápidos da qualidade do solo, georreferenciamento e elaboração de plantas de empreendimentos aquícolas. Essa é uma atividade integrada à disciplina Construções Aquícolas do Curso Técnico em Recursos Pesqueiros. Nesse ano de 2018, ela foi conduzida nas dependências do IFAM Campus Presidente Figueiredo, nos dias 23/02 e 02/03, totalizando 16 horas de treinamento. Através dessa atividade, o Instituto espera contribuir com a aquicultura no município, fomentando o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida na região.
Aquicultura – é o cultivo de organismos cujo ciclo de vida em condições naturais se dá total ou parcialmente em meio aquático. Assim como o homem aprendeu a criar animais terrestres e plantar espécies vegetais, também aprendeu a cultivar pescado, que inclui não apenas peixes, mais também crustáceos, moluscos, anfíbios, répteis, algas e outros organismos. A atividade divide-se em vários ramos, dentre eles destacam-se a piscicultura, a carcinicultura e a malacocultura. Nos anos recentes, foi um dos segmentos da produção alimentar com maior crescimento no mundo e tem sido saudada como a resposta para os problemas resultantes da diminuição das populações selvagens de pescado, devido à sobrepesca e a outras causas, trazendo também uma série de benefícios sociais.
Capacidade de abastecimento – representa o quanto um fonte de água é capaz de suprir em termos de viveiros de aquicultura. Em princípio, é função da vazão de água e da modalidade a ser instalada (viveiro escavado, viveiro em igarapé e outros), sobre os quais podem incidir outros fatores como a qualidade do solo e a taxa de evaporação. No planejamento de empreendimentos aquícolas, a capacidade de abastecimento permite dimensionar adequadamente os viveiros, de maneira que nunca lhes falte água para reposição ou renovação. Especialmente em sistemas intensivos e superintensivos abertos, a interrupção do abastecimento pode ter consequências desastrosas devido à contínua demanda por oxigênio e a necessidade de eliminar efluentes.
Testes de solo – a seleção das áreas de instalação de viveiros deve considerar diversos aspectos que exercem efeito direto sobre seus custos de implantação e operação. Além da topografia e disponibilidade de água, a qualidade do solo também é importante para o sucesso econômico do empreendimento. Solos argilosos e de baixa permeabilidade conferem maior estabilidade aos viveiros e menor perda de água por infiltração. São, portanto, os mais favoráveis à instalação de viveiros escavados. Em contrapartida, solos arenosos ou com grande quantidade de cascalho conferem pouca estabilidade aos viveiros, sujeitando-os à erosão e turbidez. Além disso, também apresentam alta infiltração, muitas vezes inviabilizando o empreendimento.
Georreferenciamento – além de ser uma exigência legal para emissão de licenciamentos, o georreferenciamento da propriedade também é importante para o planejamento de empreendimentos rurais. Esses levantamentos subsidiam o desenho das instalações e evitam gastos desnecessários tanto na implantação como na operação das unidades produtivas, otimizando a operacionalização, a longevidade das instalações e a viabilidade técnico-econômica do empreendimento. Dois exemplos simples: em microescala, viveiros de difícil acesso necessitam de mais mão de obra e são mais onerosos e, em macroescala, empreendimentos muito distantes do mercado representam maiores gastos com transporte e conservação da produção.
Curso Técnico em Recursos Pesqueiros – inserido no eixo tecnológico de Recursos Naturais, o curso é oferecido pelo IFAM apenas na modalidade subsequente, para quem já concluiu o ensino médio, e tem duração mínima de 18 meses. Atualmente conta com apoio de dois laboratórios para atividades práticas, além dos laboratórios de informática e sala de desenho. Para melhor formação profissional, firmou-se parceria com a maior estação de piscicultura da região norte, o CTTPA, em Balbina. Diante da vocação cada vez maior de Presidente Figueiredo para as atividades aquícolas, o Curso visa auxiliar na formação de técnicos qualificados para atuar na fiscalização, ordenamento, orientação e operacionalização de tecnologias voltadas para a produção aquícola.