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Rede Federal: 115 anos mudando para transformar vidas
Rede Federal: 115 anos mudando para transformar vidas
Há 115 anos, sob a liderança de Nilo Peçanha, foi criado um marco na educação brasileira: as Escolas de Aprendizes Artífices. Seu objetivo era claro e visionário — oferecer capacitação aos "desvalidos da fortuna", como ele mesmo os descreveu, ou seja, filhos de trabalhadores e excluídos sociais que não tinham acesso a uma educação formal. Mesmo com um curto período de governo, de apenas um ano e cinco meses, Peçanha deixou um legado profundo que deu origem à atual Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, uma referência em inclusão e desenvolvimento social no país, e até hoje a rede é referenciada como o maior exemplo de política pública de nosso país.
Funcionando inicialmente em 19 estados brasileiros, começava a se traçar o diferencial destas instituições: uma forte relação com o mundo do trabalho. O nome das escolas foi se alterando conforme novas formas de atuação pedagógica e administrativa estavam sendo incorporadas: indo de Escola Industrial (Liceu), a partir de 1937, para as famosas Escolas Técnicas Federais (ETFs), que consolidaram o ensino técnico por mais estados do país, nas décadas de 1960 a 1990. Do final da década de 70 até os anos 2000, o surgimento de Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) apontava o caminho da verticalização, iniciando a oferta dos cursos superiores. Todas estas denominações diferentes estavam sempre acompanhadas dos sobrenomes qualidade e comprometimento.
Em 2008, o Brasil testemunhou a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), um marco na expansão e consolidação da Rede Federal de Educação. Sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, a iniciativa integrou as Escolas Agrotécnicas e os Cefets, transformando-os em 38 novos Institutos Federais. Essa reorganização buscou ampliar o acesso à educação profissional, científica e tecnológica em todo o país. Além disso, a nova estrutura preservou dois Cefets, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o Colégio Pedro II e as escolas técnicas vinculadas às universidades federais, fortalecendo o compromisso com a inclusão e o desenvolvimento educacional.
O decreto de criação da Rede não apenas mudou a nomenclatura, mas trouxe o compromisso de que metade das matrículas ocorra em cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, fortalecendo a vocação de formar os adolescentes, enquanto ampliou a oferta de cursos de Licenciatura para 20% das matrículas. A nova configuração estendeu o campo de atuação das instituições aumentando a quantidade de cursos na modalidade à distância e também as pós-graduações. Por outro lado, promoveu o ingresso de milhares de pessoas em turmas de qualificação profissional em programas nacionais como o Pronatec e o Mulheres Mil, que abriram as portas para quem não tinha sequer o ensino fundamental.
A criação da Rede proporcionou a interiorização do ensino profissional porque foi simultânea ao Plano de Expansão I que registrou um crescimento exponencial das unidades. Em poucos anos, saltamos de 140 unidades para 644. Agora, em 2024, chegamos a 685 unidades, superando 1 milhão e 600 mil matrículas, em mais de 12.900 cursos. São cerca de 76.800 docentes e técnico-administrativos, distribuídos em 41 instituições para atender esta demanda crescente com 100 novas unidades anunciadas pelo Governo Federal.
A presença da educação profissional nas pequenas cidades impulsionou economias locais, fixou jovens na terra natal, apresentando a pesquisa e a extensão para estudantes que jamais sonhariam com estas possibilidades. O perfil de atendimento da Rede continua voltado para a camada mais fragilizada da sociedade e possibilitando a mudança de vida para famílias inteiras. Os índices da Plataforma Nilo Peçanha apontam que a grande maioria dos matriculados são de famílias com renda per capita mensal inferior a 1,5 salários mínimos.
Enquanto aumentou a presença em todas as microrregiões, saindo da concentração inicial nas capitais, a Rede fortaleceu os projetos de internacionalização. São mais de 45 países com os quais as instituições mantêm parcerias em intercâmbios e mobilidade acadêmica, segundo dados do Conselho Nacional das Instituições da Rede (Conif). Os estudantes da Rede brilham em competições internacionais, mas por meio de projetos focados na resolução de problemas de suas comunidades. A inovação tecnológica é uma realidade cotidiana, aliada a atividades que promovem a cultura e os esportes, e são exemplos de inclusão em todas as esferas.
Enquanto aumentou a presença em todas as microrregiões, saindo da concentração inicial nas capitais, a Rede fortaleceu os projetos de internacionalização. São mais de 45 países com os quais as instituições mantêm parcerias em intercâmbios e mobilidade acadêmica, segundo dados do Conselho Nacional das Instituições da Rede (Conif). Os estudantes da Rede brilham em competições internacionais, onde apresentam projetos focados na resolução de problemas de suas comunidades. A inovação tecnológica é uma realidade cotidiana, aliada a atividades que promovem a cultura e os esportes, e são exemplos de inclusão em todas as esferas.
Sabemos que tudo isto foi, é e continuará sendo construído dia a dia pela mão de cada integrante da Rede Federal, desde os funcionários terceirizados até aqueles que ocupam os cargos de gestão. Hoje, 23 de setembro, celebramos a transformação que estas instituições promovem e continuarão a promover nas vidas dos brasileiros parabenizando cada docente, técnico-administrativo e estudante.
Ana Carolina Abiahy - jornalista do IFPB
Colaboração - Comunicação IFAM